Não espero cartas entregues
Em um postal tão tão distante
Um portal de chances
Defronte a um paraíso de novidades
A liberdade te aguarda
Me resta a paciência
Não se faz artes tão belas
Sem inspiração como a sua
Os acordes de minh'alma
Não ressonam mais com tamanha imprudência
Não consigo juntar mais palavras
Sem estarmos juntos a cantar
Algo nobre como pensar
Não é de meu luxo reconhecer
Como deixei de sentir
O raiar do dia em minha podridão
Espessos cofres guardam diamantes
Como eu guardo tuas mágoas
Conto uma por uma com uma lista de chamada
E volto a me deitar com tua quietude
A liberdade me aguarda
Me falta paciência
Não se faz artes tão belas
Sem o calor de minha musa
Não é de me tocar
Gestos tão singelos sequer os esforçados
Não é de me tocar
Quaisquer tons de cinza em meu sistema
Não é de lhe tocar
A minha dedicação noturna
A quebrar paredes que separam os toques de sua mão
Um torpor sem tamanho
Em tão pequenino coração
Não cabe em si a carapuça da simpatia
Lhe carece o toque singelo de mãos vazias
O fardo que carrega
Um inventor que vive do passado
É um acordo entre retratos
Que não consegue inovar o amor
Sinto dor, na pele eu sinto.
Não me cabe o vazio de ser
Mas a caixinha arde a me alegrar
Alegrar os ossos de um cachorro de migalhas