quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Um Cavalheiro Andarilho Parte 3: Viajante Emotivo

   Eu sou um viajante, será raro ver mais de um relato meu sobre o mesmo lugar. Talvez eu mencione sobre relatos antigos, mas ver uma continuação de qualquer um será difícil. Minha continuidade está no descontínuo, mas mesmo assim eu encontro harmonia no meu ser, até mesmo nos sentimentos conflitantes.
   A viagem agora me corteja com um local suspeito. Uma pequena praça com poucas árvores quais explicitam o outono pelo cair de folhas aos montes com o Coveiro varrendo-as. Na época ele não era morto e muito menos coveiro. Tão pouco me conhecia. A pequena praça, deserta, tinha uma fonte octogonal que não flui sua água cristalina aos domingos, mas esse domingo ela estava chorando. Ela sabia que era a minha hora de partir. Fui denunciado por uma corrente de ar que limpou os céus da cidade que nunca é menos que nublada. Quando parti, a cidade entardeceu-se e o tempo lá voltou a caminhar.
   O tempo do Coveiro ali também chegou ao seu fim, ele quis vir comigo. Aos prantos ele se contradisse como eu, mas isso tirou dele suas memórias e suas emoções. Ele foi para outro lugar. As árvores imploraram para que eu ficasse, sussurravam os galhos em lamentação. Então eu despedi-me do meu berço e acordei por fim.
   Minha cama era de casal e eu dormia com a solidão, que me dera um bom dia com um beijo daqueles que dizem " tardarei a lhe deixar". Minha companhia no casarão eram o cachorro e o gato que brincavam lá fora.
   O Cavalheiro Andarilho é um viajante emotivo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário